Carnaval - a Festa da Carn
“...se viverdes segundo a carne, morrereis;
mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis”
(Rm 8.13)
O carnaval brasileiro é uma das festas populares mais conhecidas em todo
o mundo, mas totalmente contrária aos valores cristãos bíblicos. Mesmo
sendo uma manifestação cultural popular, deve ser analisada à Luz da
Bíblia Sagrada por aqueles que pretendem trilhar os ensinos de Jesus
Cristo e do Evangelho. E é analisando os registros históricos desde os
primórdios dos tempos, que podemos discernir melhor o que realmente
envolve esse conceito de "festa popular".
Origem histórica da festa do rei Momo
*A palavra carnaval deriva da expressão latina carne levare, que
significa abstenção da carne. Este termo começou a circular por volta
dos séculos XI e XII para designar a véspera da quarta-feira de cinzas,
dia em que se inicia a exigência da abstenção de carne, ou jejum
quaresmal. Comumente os autores explicam este nome a partir dos termos
do latim tardio carne vale, isto é, adeus carne, ou despedida da carne;
esta derivação indicaria que no carnaval o consumo de carne era
considerado lícito pela última vez antes dos dias do jejum quaresmal -
outros estudiosos recorrem à expressão carnem levare, suspender ou
retirar a carne: o Papa São Gregório Magno teria dado ao último domingo
antes da quaresma, ou seja, ao domingo da qüinquagésima, o título de
dominica ad carnes levandas; a expressão haveria sido sucessivamente
abreviada para carnes levandas, carne levamen, carne levale, carneval ou
carnaval – um terceiro grupo de etmologistas apela para as origens
pagãs do carnaval: entre os gregos e romanos costumava-se exibir um
préstito em forma de nave dedicada ao deus Dionísio ou Baco, préstito ao
qual em latim se dava o nome de currus navalis: de onde vem a forma
carnavale. Segundo o historiador José Carlos Sebe, ao carnaval estão
relacionadas às festas e manifestações populares dos mais diversos
povos, tais como o purim, judaico, e as saturnálias e as caecas,
babilônicas, manifestações que contribuíram muito para o carnaval atual.
A real origem do carnaval é um tanto obscura. Alguns historiadores
assentam sua procedência sobre as festas populares em honra aos deuses
pagãos Baco e Saturno. Em Roma, realizavam-se comemorações em homenagem a
Baco (deus de origem grega conhecido como Dionísio e responsável pela
fertilidade. Era também o deus do vinho e da embriaguez).
As famosas bacanais eram festas acompanhadas de muito vinho e orgias, e
também caracterizadas pela alegria descabida, eliminação da repressão e
da censura e liberdade de atitudes críticas e eróticas. Outros
estudiosos afirmam que o carnaval tenha sido, talvez, derivado das
alegres festas do Egito, que celebravam culto à deusa Isís e ao deus
Osíris, por volta de 2000 a.C.
A Enciclopédia Britânnica afirma: Antigamente o carnaval era realizado a
partir da décima segunda noite e estendia-se até a meia-noite da
terça-feira de carnaval. Outra corrente de pensamento entende que o
carnaval teve sua origem em Roma. Enquanto alguns papas lutaram para
acabar com esta festa (Clemente, séculos IX e XI, e Benedito, século
XIII), outros, no entanto, a patrocinavam. A ligação desta festa com o
povo romano tornou-se tão sólida que a Igreja Romana preferiu, ao invés
de suspendê-la, dar-lhe uma característica católica. Ao olharmos para
países como Itália, Espanha e França, vemos fortes denominadores comuns
do carnaval em suas culturas. Estes países sofreram grandes influências
romanas. O antigo Rei das Saturnais, o mestre da folia, é sempre morto
no final das antigas festas pagãs. Vale ressaltar que O festival
Dionisíaco expõe em seu tema um grande contra-senso, descrito na The
Grolier Multimedia. Enciclopédia, 1997: A adoração neste festival é
chamada de Sparagmos, caracterizada por orgias, êxtase e fervor ou
entusiasmo religioso. No entanto, seu significado é descrito no mesmo
parágrafo da seguinte forma: Deixar de lado a vida animal, a comida
dessa carne e a bebida desse sangue.
A origem do carnaval no Brasil
O primeiro baile de carnaval realizado no Brasil ocorreu em 22 de
janeiro de 1841, na cidade do Rio de Janeiro, no Hotel Itália,
localizado no antigo Largo do Rócio, hoje Praça Tiradentes, por
iniciativa de seus proprietários, italianos empolgados com o sucesso dos
grandes bailes mascarados da Europa. Essa iniciativa agradou tanto que
muitos bailes o seguiram. Entretanto, em 1834, o gosto pelas máscaras já
era acentuado no país por causa da influência francesa. Ao contrário do
que se imagina, a origem do carnaval brasileiro é totalmente européia,
sendo uma herança do entrudo português e das mascaradas italianas.
Somente muitos anos depois, no início do século XX, foram acrescentados
os elementos africanos, que contribuíram de forma definitiva para o seu
desenvolvimento e originalidade.
Nessa época, o carnaval era muito diferente do que temos hoje. Era
conhecido como entrudo, festa violenta, na qual as pessoas guerreavam
nas ruas, atirando água uma nas outras, através de bisnagas, farinha,
pós de todos os tipos, cal, limões, laranjas podres e até mesmo urina.
Quando toda esta selvageria tornou-se mais social, começou então a se
usar água perfumada, vinagre, vinho ou groselha; mas sempre com a
intenção de molhar ou sujar os adversários, ou qualquer passante
desavisado. Esta brincadeira perdurou por longos anos, apesar de todos
os protestos. Chegou até mesmo a alcançar o período da República. Sua
morte definitiva só foi decretada com o surgimento de formas menos
hostis e mais civilizadas de brincar, tais como o confete, a serpentina e
o lança-perfume. Foi então que o povo trocou as ruas pelos bailes.
Símbolos carnavalescos
Como em qualquer manifestação popular, o carnaval também se utilizou de
formas simbólicas para aguçar a criatividade do povo e,
conseqüentemente, perpetuar sua história. As fantasias apareceram logo
após as máscaras, por volta de 1835, dando um colorido todo especial à
festa. Com o passar dos anos, as pessoas iam perdendo a inibição e as
fantasias, que a princípio eram usadas como disfarce (por serem quentes
demais), foram dando lugar a trajes cada vez mais leves, chegando ao
nível que vemos hoje, de quase completa nudez. Independente das
mudanças, os grandes bailes, portanto, permaneceram realizando concursos
de fantasias, incentivando a competição entre grandes figurinistas e
modelos. Como já foi citado, o primeiro baile de carnaval no Brasil foi
realizado em 1841, na cidade do Rio de Janeiro, e, desde então, não
parou mais. No começo eram apenas bailes de máscaras e a música era a
polca, a valsa e o tango. Havia também coros de vozes para animar a
festa. Nota-se que nem sempre foi tocado o samba, mas modinhas. Os
escravos contribuíram com o carnaval com um estilo de música chamado
lundu, ritmo trazido de Angola. Tal ritmo, no entanto, por ser
considerado indecente, limitava-se apenas às senzalas. Contudo,
permaneceu durante todo o século XIX. Com esta fusão de ritmos nasce o
samba, uma expressão do dialeto africano quibundo. Essa expressão passou
por uma culturação e se tornou o que chamamos hoje de samba. O samba se
popularizou nos entrudos, pois em sua origem este ritmo não era
propriamente música, mas uma dança feita nos quilombos. Todo este
contexto histórico nos leva até os anos 20, ocasião em que nasce aquilo
que hoje é chamado de a excelência do samba, ou seja, o samba de enredo.
O carnaval hoje conta com bailes de todos os tipos, como o baile à
fantasia, baile da terceira idade, matinês para crianças, bailes de
travestis, entre outros. Os embalos musicais destes bailes contam com o
bater dos surdos e o samba é o ritmo predominante. Também se toca axé
music, um estilo baiano. No carnaval hoje não se dança mais, pula-se.
Desfiles das Escolas de Samba
Iniciou-se no começo do século XX com os blocos, mas somente nos anos 60
e 70 é que acontece no carnaval brasileiro a chamada Revolução
Plástica, com a participação da classe média na folia e todos os seus
valores estéticos e estilísticos, que viriam incrementar todo o contexto
das escolas de samba. Os desfiles das escolas de samba são, sem dúvida,
o ponto alto do carnaval brasileiro, turistas vêem de todos os cantos e
pagam pequenas fortunas para assistirem ao desfile. Outras tantas
pessoas perdem noites de sono vendo a festa pela televisão. A competição
entre as escolas de samba é ferrenha, e não raro ocorrem brigas entre
seus líderes (leia-se presidentes) durante a apuração dos resultados,
pois os pontos são disputados um a um, para que, ao final, se saiba quem
foi a grande campeã do carnaval. Um detalhe importante. A oficialização
do desfile das escolas aconteceu em 1935, com a fundação do Grêmio
Recreativo Escola de Samba. Antes desta data, porém, mais precisamente
em 1930, já se via desfiles nas ruas do Rio de Janeiro.
O carnaval e a igreja católica romana
Devido à sua origem pagã, e pelo fato de ser uma festa um tanto obsceno,
a relação entre a Igreja Romana e o carnaval nunca foi amigável. No
entanto, o que prevaleceu por parte da igreja foi uma atitude de
tolerância quanto à essa manifestação, até porque a liderança da igreja
não conseguiu eliminá-la do calendário. A solução, então, foi: se não
pode vencê-los, junte-se a eles. Daí, no século XV, a festa da carne,
por assim dizer, foi incorporada ao calendário da igreja, sendo
oficializado como a festa que antecede a abstinência de carne requerida
pela quaresma: Por fim, as autoridades eclesiásticas conseguiram
restringir a celebração oficial do carnaval aos três dias que precedem a
quarta-feira de cinzas (em nossos tempos, alguns párocos bem
intencionados promovem, dentro das normas cristãs, folguedos públicos
nesse tríduo a fim de evitar que sejam os fiéis seduzidos por
divertimentos pouco dignos). Como se vê, a igreja não instituiu o
carnaval; teve, porém, de o reconhecer como fenômeno vigente no mundo em
que ela se implantou. Sendo em si suscetível de interpretação cristã,
ela o procurou subordinar aos princípios do Evangelho; era inevitável,
porém, que os povos não sempre observassem o limite entre o que o
carnaval pode ter de cristão e o que tem de pagão. Esta claro que são
contrários às intenções da igreja os desmandos assim verificados. Em
reparação dos mesmos foram instituídas adoração das quarenta horas e as
práticas de retiros espirituais nos dias anteriores à quarta-feira de
cinzas.
José Carlos Sebe escreveu: Apenas no século XV, provavelmente movido
pelo sucesso popular da festa, o Papa Paulo II a incorporou no
calendário cristão. Aliás, Paulo II foi mais longe, chegando a
patrocinar toda uma rica celebração antes do advento da Quaresma. Não
apenas o carnaval popular foi organizado pelos papas. Paulo IV promoveu
uma terça-feira gorda, um lauto jantar onde compareceu o sacro colégio
romano, e o festim regado a vinho pôde ser considerado uma das
primitivas celebrações em salão fechado. A tentativa da Igreja Católica
Romana na cristianização do carnaval e sua atual justificativa é
totalmente inconseqüente, infeliz e irresponsável. Não existe uma
referência bíblica sequer favorável ao seu argumento.
Pelo contrário. Existe todo um contexto bíblico explicitamente contrário
à essa manifestação popular. Todos os especialistas cristãos sabem
muito bem quando devem aplicar a transculturação cristã em determinada
manifestação cultural (como exemplo, o Natal, período em que ocorre a
mudança do objeto de culto e a extirpação total da velha ordem,
transformação das simbologias e referências). Sabem também quando à
determinada comemoração popular é impossível aplicar quaisquer processos
de cristianização.
O carnaval é um exemplo real da sobrevivência do paganismo, com todos os
seus elementos presentes. É a explicita manifestação das obras da
carne:
“Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério,
prostituição, impureza, lascívia, Idolatria, feitiçaria, inimizades,
porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, Invejas,
homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca
das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais
coisas não herdarão o reino de Deus” (Gl 5.19-21 - ACF)
*O apóstolo Paulo declara que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gl 5.19-21).
Posição da igreja evangélica no período do carnaval
Como pudemos observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de
adoração a deuses falsos. Trata-se, por isso, de uma manifestação
popular eivada de obras da carne, condenadas claramente pelas Sagradas
Escrituras. Seja no Egito, Grécia ou Roma antiga, onde se cultua,
respectivamente, os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em São
Paulo, Recife, Porto Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos
bebedeiras desenfreadas, danças sensuais, música lasciva, nudez,
liberdade sexual e falta de compromisso com as autoridades civis e
religiosas. Entretanto, não podemos também deixar de abordar os chamados
benefícios do carnaval ao país, tais como geração de empregos, entrada
de recursos financeiros do exterior através do turismo, aumento das
vendas no comércio, entre outros.
Traçando o perfil do século XXI, não é possível isentar a igreja
evangélica deste momento histórico. Então, qual deve ser a posição do
cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro
espiritual, conforme o costume de muitas igrejas, a fim de não sermos
participantes com eles (Ef 5.7)? Devemos, por outro lado, ficar aqui e
aproveitarmos a oportunidade para a evangelização? Ou isso não vale à
pena porque, especialmente neste período, o deus deste século lhes cegou
o entendimento (2Co 4.4) ?
Creio que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a
personalidade da igreja nasce de princípios estreitamente ligados ao seu
propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre muitos
atributos, é Santo.
José Carlos Sebe, no livro Carnaval de Carnavais, página 16, descreve,
segundo George Dúmezil (estudioso das tradições mitológicas): O carnaval
deve ser considerado sagrado, porque é a negação da rotina diária. Ou
seja, é uma oportunidade única para extravasar os desejos da carne, e
dentro deste contexto festivo, isto é sagrado, em nada pervertido.
Na página 17, o mesmo autor descreve: Beber era um recurso lógico para a
liberação pessoal e coletiva. A alteração da rotina diária exigia que
além da variação alimentar, também o disfarce acompanhasse as
transformações.
Observe ainda o que diz Manuel Gutiérez Estéves: No passado, faziam-se
nos povoados, mas sobretudo nas cidades, diversos tipos de reuniões em
que todos os participantes aparentavam algo diferente daquilo que, na
realidade, eram. A pregação eclesiástica inseriu na mensagem
estereotipada do carnaval a combinação extremada da luxúria com a gula.
Não falta, sem dúvida, fundamento para isto.
. Como cristãos, não podemos concordar e muito menos participar de tal
comemoração, que vai contra os princípios claros da Palavra de Deus.
Curiosidades do carnaval
As armas da festa - Confete - Procedente da Espanha, veio para o Brasil
em 1892; Serpentina. De origem francesa, chega ao país também em 1892;
Lança-perfume - Bisnaga de vidro ou metal (hoje feita de plástico), que
continha éter perfumado. De origem francesa, chegou ao Brasil em 1903.
O rei momo no carnaval carioca
De origem greco-romana, Momo é a figura mais tradicional do carnaval.
Segundo consta a lenda, ele foi expulso do Olimpo, habitação dos deuses,
por causa de sua irreverência. Nas festas de homenagem ao deus Saturno,
na antiga Roma, o mais belo soldado era escolhido para ser o rei Momo.
No final das comemorações, o eleito era sacrificado a Saturno em seu
altar.
O rei Momo foi introduzido no carnaval carioca em 1933. Sua figura era
representada por um boneco de papelão. Em 1949, no entanto, o boneco de
papelão foi substituído por personalidades importantes da época. Em
1950, esta festa popular deixou de contar apenas com a representação do
rei Momo, surgindo, então, as rainhas e princesas do carnaval.
CARNAVAL
A maior festa popular brasileira
“Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da
carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a
carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis”
(Gl 5.16-17 - ACF)
Origem Histórica
Segundo definição genérica, o carnaval é uma festa popular coletiva, que
foi transmitida oralmente através dos séculos, como herança das festas
pagãs realizadas a 17 de dezembro (Saturnais - em honra a deus Saturno
na mitologia grega.) e 15 de fevereiro (Lupercais - em honra a Deus Pã,
na Roma Antiga.). Na verdade, não se sabe ao certo qual a origem do
carnaval, assim como a origem do nome, que continua sendo polêmica.
Alguns estudiosos afirmam que a comemoração do carnaval tem suas raízes
em alguma festa primitiva, de caráter orgíaco, realizada em honra do
ressurgimento da primavera. De fato, em certos rituais agrários da
Antigüidade, 10 mil anos A.C., homens e mulheres pintavam seus rostos e
corpos, deixando-se enlevar pela dança, pela festa e pela embriaguez.
Originariamente os católicos começavam as comemorações do carnaval em 25
de dezembro, compreendendo os festejos do Natal, do Ano Novo e de Reis,
onde predominavam jogos e disfarces. Na Gália, tantos foram os excessos
que Roma o proibiu por muito tempo. O papa Paulo II, no século XV, foi
um dos mais tolerantes, permitindo que se realizassem comemorações na
Via Lata, rua próxima ao seu palácio. Já no carnaval romano, viam-se
corridas de cavalo, desfiles de carros alegóricos, brigas de confetes,
corridas de corcundas, lançamentos de ovos e outros divertimentos.
O baile de máscaras, introduzido pelo papa Paulo II, adquiriu força nos
séculos XV e XVI, por influência da Commedia dell'Arte. Eram sucesso na
Corte de Carlos VI. Ironicamente, esse rei foi assassinado numa dessas
festas fantasiado de urso.
As máscaras também eram confeccionadas para as festas religiosas como a
Epifania (Dia de Reis). Em Veneza e Florença, no século XVIII, as damas
elegantes da nobreza utilizavam-na como instrumento de sedução. Na
França, o carnaval resistiu até mesmo à Revolução Francesa e voltou a
renascer com vigor na época do Romantismo, entre 1830 e 1850.
Manifestação artística onde prevalecia a ordem e a elegância, com seus
bailes e desfiles alegóricos, o carnaval europeu iria desaparecer aos
poucos na Europa, em fins do século XIX e começo do século XX. Há que se
registrar, entretanto, que as tradições momescas ainda mantêm-se vivas
em algumas cidades européias, como Nice, Veneza e Munique.
Etmologia da Palavra
Assim como a origem do carnaval, as raízes do termo também têm se
constituído em objeto de discussão. Para uns, o vocábulo advém da
expressão latina "carrum novalis" (carro naval), uma espécie de carro
alegórico em forma de barco, com o qual os romanos inauguravam suas
comemorações. Apesar de ser foneticamente aceitável, a expressão é
refutada por diversos pesquisadores, sob a alegação de que esta não
possui fundamento histórico. Para outros, a palavra seria derivada da
expressão do latim "carnem levare", modificada depois para "carne, vale
!" (adeus, carne!), palavra originada entre os séculos XI e XII que
designava a quarta-feira de cinzas e anunciava a supressão da carne
devido à Quaresma. Provavelmente vem também daí a denominação "Dias
Gordos", onde a ordem é transgredida e os abusos tolerados, em
contraposição ao jejum e à abstenção total do período vindouro (Dias
Magros da Quaresma).
Posição da igreja evangélica no período do carnaval
Como pudemos observar, o carnaval tem sua origem em rituais pagãos de
adoração a deuses falsos. Trata-se, por, isso de uma manifestação
popular eivada de obras da carne, condenadas claramente pela Bíblia.
Seja no Egito, Grécia ou antiga Roma, onde se cultua, respectivamente,
os deuses Osíris, Baco ou Saturno, ou hoje em São Paulo, Recife, Porto
Alegre ou Rio de Janeiro, sempre notaremos bebedeira desenfreada, danças
sensuais, música lasciva, nudez, liberdade sexual e falta de
compromisso com as autoridades civis e religiosas.
Traçando o perfil do século XXI, não é possível isentar a Igreja
evangélica deste movimento histórico. Então qual deve ser a posição do
cristão diante do carnaval? Devemos sair de cena para um retiro
espiritual, conforme o costume de muitas igrejas? Devemos por outro
lado, ficar aqui e aproveitarmos a oportunidade para a evangelização? Ou
isso não vale a pena porque, especialmente neste período, o deus deste
século lhes cegou o entendimento?
*Cremos que a resposta cabe a cada um. Mas, por outro lado, a
personalidade da Igreja de Deus nasce de princípios estreitamente
ligados ao seu propósito: fazer conhecido ao mundo um Deus que, dentre
muitos atributos, é santo.
Há quem justifique como estratégia evangelística a participação efetiva
na festa do carnaval, desfilando com carros alegóricos e blocos
evangélicos, o que não deixa de ser uma tremenda associação com a
profanação. Pergunta-se, então: será que deveríamos freqüentar boates
gays, sessões espíritas e casas de massagem, a fim de conhecer melhor a
ação do diabo e investir contra ela? Ou deveríamos traçar estratégias
melhores de evangelismo? No carnaval de hoje, são poucas as diferenças
das festas que o originaram, continuamos vendo, imoralidade,
promiscuidade sexual e bebedeira. Como cristãos não podemos concordar e
muito menos participar de tal comemoração, que vai contra os princípios
claros da Palavra de Deus cf. (Romanos 8.5-8; ICo 6.20).
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne;
mas os que são segundo o Espírito para as coisas do Espírito. Porque a
inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.
Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é
sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que
estão na carne não podem agradar a Deus” (Rm 8.5-8 - ACF)
“Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no
vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus” (1Co 6.20 -
ACF)
Evangelismo ou retiro espiritual?
A maioria das igrejas evangélicas hoje tem sua própria opinião quanto ao
tipo de atividade que deve ser realizada no período do carnaval.
Opinião, esta que, baseia-se em parte na teologia que cada uma delas
prega. Este fato é que normalmente justifica sua posição. A saber:
enquanto umas participam de retiros espirituais, outras, no entanto,
preferem ficar na cidade durante o carnaval com o objetivo de
evangelizar os foliões.
Primeiramente, gostaríamos de destacar que respeitamos as duas posições,
pois cremos que os cristãos fazem tudo por amor com a intenção de
ganhar almas para Cristo, edificando seu Corpo. Entendemos também o
propósito dos retiros espirituais: momentos de maior comunhão com o
Senhor. Muitos crentes tem sido edificados pela pregação da Palavra e
atuação do Espírito Santo nos acampamentos das igrejas.
Todavia, a oportunidade de aproveitarmos o carnaval para testemunhar é pouco difundida em nosso meio.
Em meio à pressão provocada pelo mundo, a igreja deve buscar
estratégicas adequadas para posicionar-se à estas mudanças dentro da
Bíblia, e não dentro de movimentos contrários a ela. A Bíblia é a fonte,
e não fatores externos. Cristãos de todos os lugares do Brasil possuem
opinião diferente s a este respeito de maneira adequada para
evangelização no período do carnaval. Mas devemos notar que Cristo nunca
perdeu uma oportunidade para pregar. Partindo deste princípio não
podemos deixar de levar o evangelho não importando o momento. “Que
pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas,
repreendas, exortes, com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2 -
ACF)
. Assim, devemos lançar mão da sabedoria que temos recebido do Senhor e
optar pela melhor atividade para a nossa igreja nesse período tão
sombrio que é o carnaval. A igreja jamais pode ser omissa quanto a esse
assunto. O cristão deve ser sábio ao tomar sua decisão, sabendo que: “Em
que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo, segundo o
príncipe das potestades do ar, do espírito que agora opera nos filhos da
desobediência. Entre os quais todos nós também antes andávamos nos
desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e
éramos por natureza filhos da ira, como os outros também. Mas Deus, que é
riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou,
Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com
Cristo (pela graça sois salvos), E nos ressuscitou juntamente com ele e
nos fez assentar nos lugares celestiais, em Cristo Jesus” (Ef 2.2-6 -
ACF)
*Assim devemos lançar mão da sabedoria que temos recebido do Senhor e
optar pela melhor atividade para nossa igreja nesse período tão sombrio
que é o carnaval.
Bibliografia:
Instituto Cristão de Pesquisa – (ICP)
Revista Defesa da Fé
Enciclopédia Barsa
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