Quem pois és tu, Deus meu, e a
quem dirijo minhas orações senão a meu Deus e Senhor? E que outro deus
há fora o Senhor nosso Deus! Tu és sumo excelente e altíssimo e teu
poder não tem limites. Infinitamente misericordioso e justo, ao mesmo
tempo inacessivelmente secreto e onipresente, de imensa força e
formosura, estável e incompreensível, um imutável que tudo move. Nunca
novo, nunca velho, tudo renovas, mas envelhece aos soberbos sem que eles
dêem conta. Sempre ativo, porém calmo, tudo buscando, mas nada te faz
falta. Tudo o que cria, sustenta, e leva a perfeição. És um Deus que
busca, porém nada necessita. Ardes de amor, mas não queima, és zeloso,
porém seguro, nunca está pobre, porém te alegras com o que recebe de
nós. Que falta de posse, que já não é teu? Pois pagas dívidas quando
nada deves, e perdoa o que devemos, sem perder. Que diremos pois de ti,
Deus meu, vida minha, e santa doçura. E quem de ti pode falar. Mas ai
daqueles que estão em silêncio, porque podendo muito falar, tornaram-se
mudos.
Las Confesiones por San Agustín Libro I, IV - Traduzida e Adaptada por Carlos Reghine
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