John MacArthur Denuncia a Linguagem Vulgar de Mark Driskoll e Outros - Parte 4
Por John MacArthur Jr
(O Estupro dos Cânticos de Salomão)
Tradução: Nelson Ávila (Aluno da Escola Charles Spurgeon).
Antes
de encerrarmos esta breve série, prometi responder tantas perguntas
quanto possível daquelas pessoas que têm comentado aqui, via e-mail,
através do Twitter e no [url=http://www.challies.com'
target='_blank'>Challies.com[/url].
Primeiramente, gostaria de
agradecer a Tim Challies pela coragem em hospedar uma discussão acerca
deste tópico. A simples menção de boas maneiras e linguagem, obviamente
suscita paixões no evangelicalismo contemporâneo – e não necessariamente
de uma maneira que seja útil. Não é fácil encontrar fóruns na internet
onde uma questão tão volátil pode ser discutida abertamente com lucro.
E, devido a alguns dos vários problemas que esta série tem abordado,
mesmo fóruns Cristãos não são sempre um paraíso a salvo da profanação e
do comportamento grosseiro e carnal. Sou grato ao Tim por assegurar um
nível mais digno de diálogo.
Faço eco ao choque total que Tim
expressou quando foi exposto a algo do material do sermão de Driscoll na
Escócia (a mensagem que disparou esta série neste blog). Após ler
algumas das declarações ultrajantes de Driscoll, Tim reagiu da mesma
maneira que qualquer Cristão de mente pura reagiria:
Eu tenho um
verdadeiro problema com qualquer um que interprete os Cânticos de
Salomão deste jeito... Para ser honesto, as palavras me faltam quando eu
sequer tento me explicar – quando eu tento explicar como eu
simplesmente não posso sequer conceber os Cânticos de Salmão assim. A
natureza poética dos Cânticos é inteiramente corroída quando atribuímos
tal significado a eles: tal significado específico. E eu fico pensando
qual o bem que pode fazer a um casal estar apto a dizer "Veja, este ato
sexual específico é obrigatório na Escritura. Portanto, vamos
praticá-lo". Isso pode ser dito a um cônjuge que não tem desejo de fazer
este ato, ou que até mesmo o considera de mau gosto. E ainda, com nossa
interpretação dos Cânticos de Salomão, a qual realmente não temos meios
de provar (pelo menos, não para além de qualquer dúvida razoável),
estamos potencialmente forçando um parceiro relutante a fazer algo. Eu
apenas... novamente, as palavras realmente me faltam aqui.
Tim,
você estava certo em ficar chocado. A coisa mais chocante para mim é que
algumas pessoas não parecem estar chocadas de maneira alguma. O que
facilmente receberia do mundo uma classificação NC-171, está sendo
divulgado e defendido por alguns na igreja. Devo explicar que não uso a
internet diretamente; Eu nem sequer possuo um computador ou uma conexão a
internet em minha casa. Sou totalmente dependente da equipe e dos
estagiários no ministério pastoral que imprimem o material que preciso
para ler e garantem que eu o consiga.
Portanto, para aqueles que
talvez esperassem que eu interagiria com seus comentários em tempo real
no blog, simplesmente não tenho meios fáceis de fazer isto. Faço uma
varredura nos comentários quando os recebo – que usualmente não é até o
dia seguinte – mas não posso responder os comentários do blog
diretamente, nem seria capaz de devotar meu tempo aos fóruns de internet
mesmo se estivesse conectado.
Mas, quero aproveitar esta
oportunidade para responder as perguntas mais freqüentes dos últimos
dias. Praticamente todos os questionamentos e críticas que têm sido
levantados podem ser agrupados em duas categorias. Alguns poucos são
questionamentos e observações sobre a interpretação adequada dos
Cânticos de Salomão. Praticamente todo o restante tem a ver com minhas
críticas a Mark Driscoll. Responderei muitos questionamentos da primeira
categoria e sumariarei minhas respostas a segunda categoria em duas
respostas finais.
1. Podemos "dar o sentido" quando pregamos a
poesia sem fazer uma exposição versículo por versículo, preceito por
preceito? Ou é melhor deixá-lo "cuidadosamente velado" como MacArthur
escreve?
A pergunta interpreta erroneamente o que eu disse. Nunca
sugeri que o claro significado de qualquer texto deva ser
"cuidadosamente velado". Eu apontei para o fato de que algumas coisas na
Escritura estão cuidadosamente veladas, e nós não devemos impor nossas
próprias interpretações especulativas sobre elas.
Em outras
palavras, estou incitando os pastores a lidar com o que o texto diz, e
se afastar de impor um estilo gnóstico de significados secretos sobre as
idéias que são deliberadamente deixadas obscurecidas ou totalmente
escondidas pelo Espírito Santo.
Não estou dizendo nada além do
que diria sobre interpretações especulativas de qualquer parte da
Escritura: isto é insensato. Não, isto é seriamente perigoso. "As coisas
encobertas pertencem ao SENHOR nosso Deus, mas as reveladas nos
pertencem a nós..." (Deut. 29:29).
Também estou dizendo que o
modo como o Espírito discursa sobre a santa intimidade e privacidade do
amor conjugal é a antítese do tipo grosseiro das pseudo-interpretações
gráficas que alguns evangélicos contemporâneos parecem almejar.
2.
Os Cânticos de Salomão são um livro explicitamente erótico. Como pode
você possivelmente argumentar que este livro da Bíblia, o qual é a Santa
Palavra de Deus, é qualquer coisa, menos "completamente explícito"? Não
é uma negação do óbvio afirmar que os Cânticos de Salomão não são uma
bela descrição gráfica de sexo?
Explícito – ek • SPLIS • isto –
Expressar distintamente tudo o que se entende; não deixando nada
meramente implícito ou sugerido; sem ambigüidades.
Desde que não
há nenhuma menção de uma parte reprodutiva do corpo ou ato sexual nos
Cânticos de Salomão, nenhum comentarista dos Cânticos que se preze
jamais faria sequer tal afirmação acerca deste livro. Além do mais (e
este é o ponto chave de toda a discussão), os Cânticos de Salomão não
são literatura "erótica" em qualquer sentido que seja – i. é., não se
destina a despertar os leitores sexualmente. Claramente, ele nunca
deveria ser pregado de uma maneira que tenha este efeito. Este é um
ponto tão óbvio que apenas um explorador do livro o ignoraria por
interesses lascivos.
3. Você não vê a distinção entre metáfora e eufemismo?
É
claro. Mas as vezes uma metáfora é também um eufemismo, e este é
claramente o caso de algumas das disputadas imagens dos Cânticos de
Salomão. Não há meio exegético para decidir o que as várias jóias,
flores, aromas, óleos e outros prazeres sensuais nomeados no poema
representam na mente do autor. Ele propositalmente os deixa vagos.
Portanto, não significa necessariamente que os símbolos devam ter
qualquer relação de um-para-um com as realidades correspondentes; ao
contrário, eles são emblemas gerais da beleza e do desejo. Salomão usa o
simbolismo ao invés de dizer qualquer coisa explícita – o que (por
definição) torna aquelas metáforas eufemísticas também.
Ao longo
daquelas linhas, Richard Hess, nas páginas 34-35 de seu Baker Old
Testament Commentary, observa os perigos da leitura demasiada das belas
metáforas dos Cânticos:
As metáforas dos Cânticos são as mais
ricas de qualquer dos livros da Bíblia. De qualquer modo, não pretendem
prover uma simples correspondência do tipo um-para-um. De fato, os
intérpretes são mais susceptíveis a perderem-se em absurdos quando se
esforçam para igualar as coisas onde elas não são explícitas... A melhor
interpretação deve manter-se sensível à linguagem das imagens e tentar
seguir seus contornos sem impor demasiada exigência sobre os detalhes de
interpretação... Os cânticos não apresentam entretenimento a seus
leitores através de exposições lascivas, nem os educa como um manual de
sexo.
4. Será que seus escrúpulos acerca de descrições gráficas
de atos sexuais não são culturais e produtos de uma geração? Talvez a
cultura na qual você ministra não seja tão desinibida quanto as
sub-culturas que outros pregadores estão tentando alcançar.
Sexo
não é algo novo na era pós-moderna. Cada cultura e cada geração tem
lidado com as mesmas obsessões e perversões que lidamos hoje – embora
nem sempre com a mesma auto-indulgência desenfreada que nossa cultura
tem encorajado. Cada cristão tem sempre encarado os mesmos desejos e
tentações que nos assaltam: "Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão a
que é comum ao homem" (1 Coríntios 10:13).
Aqueles que
pensam que a pornografia e a libertinagem desenfreada não eram comuns na
era pré-internet devem visitar as ruínas de Pompéia e ver como era a
vida na cultura de Roma durante a geração do apóstolo Paulo.
Paulo
ministrou em culturas muito menos "inibidas" que a nossa. No entanto,
quando ele achou necessário lidar com tópicos sexuais – seja para dar
instruções positivas sobre a relação no casamento ou exortações
negativas acerca de pecados sexuais – ele nunca falou em termos
sexualmente gráficos.
Além disso, o que era pecaminoso na era de
Paulo ainda é pecaminoso em nossa cultura saturada de pornografia. E a
estratégia de Paulo para alcançar os Coríntios (uma das sub-culturas
mais pervertidas sexualmente já conhecida) é a mesma estratégia que
devemos usar hoje. Isto inclui alguns cuidados, dignidades e ensino
autenticamente bíblico sobre questões de sexo (cf. 1 Coríntios 7).
Santidade, e não um método de como aconselhar sobre sexo, é o coração do
que os pastores deveriam estar ensinando sobre sexo (especialmente em
uma cultura viciada em sexo). E nosso ensino sobre o assunto deve ser
feito com graça, dignidade e santificação, não na forma de uma comédia
erótica.
A verdade é que a Palavra de Deus nunca dá instruções
específicas sobre os detalhes das preferências sexuais de um casal em
sua vida sexual. Sermões que pretendem encontrar tais instruções, como a
preocupação sexual demonstrada nesses assaltos aos Cânticos de Salomão,
são mais prejudiciais que úteis – porque erguem a imaginação do
pregador a uma posição mais elevada de proeminência e autoridade do que a
verdadeira revelação de Deus.
Nem Paulo ou qualquer outro
legítimo líder da igreja em 2000 anos têm sequer achado necessário (ou
mesmo útil) utilizar a sabedoria das ruas para a educação sexual – nem
como uma estratégia evangelística, e certamente nem como um meio de
santificação para as pessoas já dominadas pela conversação sobre sexo de
uma cultura corrompida. Adotar a obsessão do mundo por conversação
sexual e suja não pode possibilitar um efeito santificador, porque a
própria estratégia é profana.
A noção de que sub-culturas
degeneradas e pessoas sexualmente viciadas não podem ser alcançadas sem o
"aprender a falar a língua deles", é uma falácia absoluta. A Grace
Church está a sete milhas de Hollywood, no coração do Sul da Califórnia,
em uma cultura carnal de prazer doentio, bem conhecida no mundo todo
por tudo, menos por valores espirituais saudáveis. Nenhuma cidade na
América é mais "desigrejada" que nosso vale, o qual abriga mais de três
milhões de pessoas. O povo da Grace Church está alcançando amigos e
vizinhos em todas as sub-culturas imagináveis – dos ex-presidiários aos
ex-católicos e as pessoas na indústria do entretenimento. Batizamos
novos convertidos praticamente todo domingo a noite. Não é necessário
nem útil injetar referências sexuais explícitas nas conversas a fim de
alcançar pessoas de tais culturas. Deus os traz a Cristo através do
Evangelho.
5. Você intitulou seus artigos de "O estupro dos
Cânticos de Salomão". Se você discorda tanto da linguagem forte e de
temas sexuais, não parece ser sobre isto o tópico?
Um dos
problemas fundamentais em toda essa discussão é a recusa por parte de
muitos em reconhecer a distinção crucial (e fundamental) entre linguagem
forte e linguagem obscena. O próprio Mark Driscoll contribuiu para esta
confusão ao misturar e obscurecer os dois assuntos em sua mensagem ano
passado na Conferência Desiring God. A Escritura condena hereges em
termos vigorosos, as vezes indelicados, (por exemplo, Gálatas 5:12). Mas
a Bíblia nunca é indecente, e a linguagem forte na Escritura certamente
não faz da linguagem profana ou suja uma piada aceitável (Efésios 5:4).
No
primeiro artigo da série, expliquei por que o título é apropriado. Se
alguém acha que é um exemplo do que tenho condenado, esta pessoa não
entendeu nada do que falei. O estupro é um ato de violação forçada; e
este tratamento dos Cânticos de Salomão é um abuso do livro,
arrancando-lhe o véu designado por Deus, contaminando publicamente sua
pureza, e mantendo-o a vista para olhares e sorrisos maliciosos.
6.
O sermão de Driscoll foi realmente tão ruim quanto você diz? Você não
está exagerando o que, em última análise, foi apenas uma diferença no
estilo?
Durante a Controvérsia Downgrade, Charles Spurgeon foi
essencialmente acusado da mesma coisa – uma deturpação dos fatos e uma
reação exagerada as questões. Aqui está o que Spurgeon disse em resposta
aos seus críticos:
A controvérsia que tem se levantado de
nossos artigos anteriores é muito ampla em seu alcance. Mentes
diferentes terão suas próprias opiniões quanto a maneira com a qual os
combatentes têm se portado; de nossa parte estamos satisfeitos em deixar
milhares de assuntos pessoais passarem desapercebidos. O que importa
quais sarcasmos e gracejos possam ter sido proferidos às nossas custas? A
poeira da batalha baixará no devido tempo; pois, no presente, o
interesse principal é manter o estandarte em seu lugar, e preparar-se
contra as arremetidas do adversário.
Nosso alerta tinha a
intenção de chamar atenção para um mal que pensávamos ser aparente a
todos: nunca imaginamos que "a questão precedente" seria levantada, e
que uma companhia de estimados amigos arremeteria em meio aos
combatentes, e declararia que não havia motivo para a guerra, mas que
nosso moto poderia continuar a ser "Paz, paz!" No entanto, tal tem sido o
caso, e em muitos lugares a pergunta principal não é o "Como podemos
remover o mal?", mas "Existe algum mal para ser removido?" Nenhum fim de
carta tem sido escrito com isto como seu tema – "As acusações feitas
pelo Sr. Spurgeon são realmente verdadeiras?" Deixando de lado a questão
de nossa própria veracidade, não poderíamos ter qualquer objeção a uma
discussão mais aprofundada do assunto. Por todos os meios, deixe a
verdade ser conhecida.
No espírito de Charles Spurgeon, então,
sinto que não há outro curso de ação, a não ser deixar que a verdade
seja conhecida. This link (o qual alguém me enviou por e-mail ontem) o
levará a algumas das coisas que Mark Driscoll tem dito sobre os Cânticos
de Salomão. Minha preferência seria não "linkar" aquelas coisas de
maneira alguma (de fato, há muito mais que eu poderia "linkar"), e
gostaria de avisar que o conteúdo é altamente ofensivo (especialmente
por ter sido pregado em um culto de Domingo onde crianças, adolescentes e
jovens solteiros estavam presentes). Mas, como Paulo disse aos
Coríntios, as vezes é necessário suportar uma pequena tolice a fim de
que a verdade seja conhecida.
O Novo Testamento não poderia ser
mais claro. A boca fala do que o coração está cheio (Mateus 12:34). E
aqueles que ensinam publicamente são levados a um nível mais alto de
responsabilidades (Tiago 3:1). Pastores, em particular, devem ser
modelos de pureza (1 Tim. 4:12), acima de qualquer reprovação, tanto
dentro da igreja como fora dela (1 Tim. 3:2-7). Pureza na doutrina,
pureza na vida e pureza no falar fazem parte das qualificações bíblicas
para aqueles que serão porta-vozes de Deus.
Efésios 4:29 Não saia
da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que seja boa para a
necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouvem.
Efésios
5:4–5 Nem baixeza, nem conversa tola, nem gracejos indecentes, coisas
essas que não convêm; mas antes ações de graças. Porque bem sabeis isto:
que nenhum devasso, ou impuro, ou avarento, o qual é idólatra, tem
herança no reino de Cristo e de Deus.
1 Tessalonicenses 4:7
Porque Deus não nos chamou para a imundícia, mas para a santificação.
Portanto, quem rejeita isso não rejeita ao homem, mas sim a Deus, que
vos dá o seu Espírito Santo.
Tito 2:6–8 Exorta semelhantemente os
moços a que sejam moderados. Em tudo te dá por exemplo de boas obras;
na doutrina mostra integridade, sobriedade, linguagem sã e
irrepreensível, para que o adversário se confunda, não tendo nenhum mal
que dizer de nós.
É por isso que estou fazendo uma discussão tal
como esta. Porque o Novo Testamento faz uma discussão assim. Não é
simplesmente uma diferença de opinião, geração, preferência, estilo ou
metodologia. É uma discussão que se levanta dos claros mandatos do Novo
Testamento relacionados ao caráter de um presbítero. De qualquer modo,
não acho que tenha reagido com força suficiente.
7. Por que você
escolheu Driscoll e o conectou com os "desafios sexuais"? Por que
levá-lo a público? Ele já se arrependeu de seu discurso underground, e
está sendo discipulado de maneira particular por homens como John Piper e
C. J. Mahaney, que o fazem prestar contas. Você os consultou antes de
chamar Driscoll pelo nome? Se o problema é tão sério como você alega,
por que eles não disseram nada publicamente acerca disto?
No
sermão que motivou esta série, Mark Driscoll (falando especificamente as
esposas na congregação) fez vários comentários que foram muito, mas
muito piores do que sórdidos desafios sexuais. Além do mais, os editos
de Driscoll às mulheres casadas não eram meros "desafios", mas diretivas
reforçadas com a alegação de que "Jesus Cristo ordena que você faça
[isto]". Este material tem estado online e circulado livremente por mais
de um ano. Mas você terá muita dificuldade para encontrar um único
fórum sequer na Web onde alguém tenha exigido que Driscoll explicasse
porque ele se sentia livre para dizer tais coisas publicamente.
Estou
apontando algo que não deve ser nenhum pouco controverso: pastores não
são livres para falar assim. Em resposta, uma enchente de jovens
revoltados, incluindo muitos pastores e seminaristas – nenhum dos quais
tenha sequer tentado uma conversa em particular comigo sobre este tópico
– têm se sentido livres para postar insultos e públicas reprovações em
um fórum público, declarando enfaticamente (sem a óbvia consciência da
ironia) que eles não crêem que tais coisas devam ser tratadas em fóruns
públicos.
(Para ser claro: não estou sugerindo que alguém precisa
me contatar em particular sobre declarações públicas que eu tenha
feito. Muito pelo contrário. Mas aqueles que insistem que tais
desacordos devam ser tratados privadamente revelam a hipocrisia do que
alegam quando usam fóruns públicos para censurar e acusar um pastor de
quem eles discordam.)
Quando 1 Timóteo 5:20 diz: "Aqueles que
continuam em pecado, repreenda-os na presença de todos", ele está
falando aos presbíteros em particular. Aqueles em um ministério público
devem ser repreendidos publicamente quando seus pecados se repetem, em
público, e são confirmados por várias testemunhas.
No entanto,
tenho escrito para Mark em particular sobre minhas preocupações. Ele
rejeitou meu conselho. Com relação a este fato, ele pregou o sermão que
venho citando, sete semanas após receber minha carta privada onde o
encorajava a levar a sério o padrão de Santidade que as Escrituras
impõem aos pastores. Aqui está uma pequena seleção da carta de seis
páginas que o enviei:
Você [não] pode fazer cristãos adotarem
modismos mundanos como se fossem um caso bíblico – especialmente quando
aqueles modismos estão diametralmente em oposição ao discurso saudável,
mente pura e comportamento casto que Deus nos conclama a exibir. Em sua
essência, trata-se de ideologia.
Não importa o quanto a
cultura possa mudar, a verdade nunca muda. Quanto mais a igreja se
acomoda as bases elementares da cultura, mais ela comprometerá
inevitavelmente sua mensagem. Não devemos trair nossas palavras através
de nossas ações; devemos estar no mundo, mas não ser do mundo... É vital
que você não envie uma mensagem sobre a importância da sã doutrina e
uma mensagem totalmente diferente sobre a importância do discurso são e
da pureza de mente irrepreensível.
A resposta de Mark Driscoll a esta admoestação e as coisas que ele tem dito desde então só têm aumentado minha preocupação.
Mark
Driscoll realmente expressou arrependimento sobre a reputação que sua
língua o rendeu a alguns anos atrás. No entanto, nenhuma mudança
substancial é observável. Apenas a algumas semanas, em uma diatribe
raivosa dirigida a homens de sua congregação, Driscoll mais uma vez
lançou um palavrão totalmente desnecessário.
Algumas semanas
antes disto, ele fez um escárnio público de Eclesiastes 9:10 (algo que
ele tem feito repetidamente), fazendo piada disto em cadeia nacional.
Então, aqui estão mais dois vídeos inapropriados de Driscoll que estão
circulando entre jovens e estudantes universitários por quem tenho
alguma responsabilidade pastoral. Em sua imaturidade, eles geralmente
pensam que é maravilhosamente legal e transparente para um pastor falar
assim. E eles se sentem a vontade para xingar e fazer piadas de forma
semelhante em ambientes mais casuais.
Já passou da hora da questão ser tratada publicamente.
Finalmente,
é seriamente exagerado dizer do envolvimento de John Piper e C. J.
Mahaney que eles estão "discipulando" Mark Driscoll. Em primeiro lugar, a
idéia de que um homem crescido, já em ministério público e sob os
holofotes da TV nacional, necessita de espaço para "receber a instrução
de mentores" antes que seja justo sujeitar suas atitudes públicas ao
escrutínio bíblico parece inverter todo o processo.
Estes
problemas têm sido discutidos em ambos os contextos, público e privado,
por pelo menos três ou quatro anos. Em algum ponto, o argumento de que
esta é uma questão de maturidade e que Mark Driscoll apenas precisa de
tempo para amadurecer perdeu a eficácia.
Neste ínterim, a
mídia está tendo um festival para escrever histórias que sugerem que
conversação desprezível é uma das marcas registradas do "Novo
Calvinismo"; e inúmeros estudantes a quem amo e conheço pessoalmente
estão sendo conduzidos a um comportamento carnal semelhante ao imitarem o
discurso e estilo de vida de Mark Driscoll. Para tudo há um limite.
Sim,
eu informei John Piper e C. J. Mahaney das minhas preocupações sobre
este material a várias semanas atrás. Discriminei todas estas questões
em detalhes muito mais minuciosos do que tenho escrito aqui, e
disse-lhes expressamente que estava preparando esta série de artigos
para o blog.
Para aqueles que perguntam por que os pastores
Piper e Mahaney (e outros em posições chaves de liderança) não têm
expressado publicamente suas próprias preocupações similares, esta não é
uma pergunta para mim. Espero que você escreva e pergunte a eles.
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1
É uma espécie de classificação de conteúdo para que os pais americanos
tenham uma idéia daquilo com que seus filhos estão tendo contato. NC-17
seria, por exemplo, um filme contendo senas de sexo explícito ou
violência excessiva. Poderia ainda conter obscenidades, pornografias,
linguagem sexual ou violenta [N. do T.].
Rua Abílio Martins, 1344 Parquelândia | Fortaleza-CE-Brasil
(85) 3287-3473
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